quinta-feira, 26 de agosto de 2010
terça-feira, 24 de agosto de 2010
Autores e suas Obras
Manuel Bandeira
Como ninguém, Manuel Bandeira foi o escritor que mais se destacou pela influência política que exercia sobre os jovens. Em sua poesia havia referências ousadas em favor da Espanha republicana. Existe um poema em que estão explicitamente expressas duas referências fundamentais à argumentação central deste projeto. Bandeira inicia o verso No vosso e em meu coração mencionando Neruda e termina com Lorca, dizendo:
Espanha no coração / No coração de Neruda, / No vosso e em meu coração. / Espanha da liberdade, / Não a Espanha da opressão / ...A Espanha de Franco, não! / Espanha republicana, / Noiva da revolução!/Espanha atual de Picasso, / De Casals, de Lorca / Irmão Assassinado em Granada! / Espanha no coração.
Espanha no coração / No coração de Neruda, / No vosso e em meu coração. / Espanha da liberdade, / Não a Espanha da opressão / ...A Espanha de Franco, não! / Espanha republicana, / Noiva da revolução!/Espanha atual de Picasso, / De Casals, de Lorca / Irmão Assassinado em Granada! / Espanha no coração.
Biografia, obras e estilo literário
Este notável poeta do modernismo brasileiro nasceu em Recife, Pernambuco, no ano de 1886. Teve seu talento evidenciado desde cedo quando já se destacava nos estudos.
Durante o período em que cursava a Faculdade Politécnica em São Paulo, Bandeira precisou deixar os estudos para ir à Suíça na busca de tratamento para sua tuberculose. Após sua recuperação, ele retornou ao Brasil e publicou seu primeiro livro de versos, Cinza das Horas, no ano de 1917; porém, devido à influência simbolista, esta obra não teve grande destaque.
Dois anos mais tarde este talentoso escritor agradou muito ao escrever Carnaval, onde já mostrava suas tendências modernistas. Posteriormente, participou da Semana de Arte Moderna de 1922, descartando de vez o lirismo bem comportado. Passou a abordar temas com mais encanto, sendo que muitos deles tinham foco nas recordações de infância.
Além de poeta, Manuel Bandeira exerceu também outras atividades: jornalista, redator de crônicas, tradutor, integrante da Academia Brasileira de Letras e também professor de História da Literatura no Colégio Pedro II e de Literatura Hispano-Americana na faculdade do Brasil, Rio de Janeiro.
Este, que foi um dos nomes mais importantes do modernismo no Brasil, faleceu no ano 1968.
Suas obras:
POESIA: Poesias, reunindo A cinza das horas, Carnaval, O ritmo dissoluto (1924), Libertinagem (1930), Estrela da manhã (1936), Poesias escolhidas (1937), Poesias completas, reunindo as obras anteriores e mais Lira dos cinqüenta anos (1940), Poesias completas, 4a edição, acrescida de Belo belo (1948), Poesias completas, 6a edição, acrescida de Opus 10 (1954), Poemas traduzidos (1945), Mafuá do malungo, versos de circunstância (1948), Obras poéticas (1956), 50 Poemas escolhidos pelo autor (1955), Alumbramentos (1960), Estrela da tarde (1960).
PROSA: Crônicas da província do Brasil (1936), Guia de Ouro Preto (1938), Noções de história das literaturas (1940), Autoria das Cartas chilenas, separata da Revista do Brasil (1940), Apresentação da poesia brasileira (1946), Literatura hispano-americana (1949), Gonçalves Dias, biografia (1952), Itinerário de Pasárgada (1954), De poetas e de poesia (1954), A flauta de papel (1957), Prosa, reunindo obras anteriores e mais Ensaios literários, Crítica de Artes e Epistolário (1958), Andorinha, andorinha, crônicas (1966), Os reis vagabundos e mais 50 crônicas (1966), Colóquio unilateralmente sentimental, crônica (1968).
ANTOLOGIAS: Antologia dos poetas brasileiros da fase romântica (1937), Antologia dos poetas brasileiros da fase parnasiana (1938), Antologia dos poetas brasileiros bissextos contemporâneos (1946). Organizou os Sonetos completos e Poemas escolhidos de Antero de Quental, as Obras poéticas de Gonçalves Dias (1944), as Rimas de José Albano (1948) e, de Mário de Andrade, Cartas a Manuel Bandeira (1958).
Autores e suas Obras
A primeira pergunta que se coloca e que se mostra importante para a análise da participação brasileira no contexto da Guerra Civil Espanhola remete à questão da nossa pouca participação naquele conflito. Seria pelo fato de mantermos uma tradição histórica mais vinculada a Portugal, a razão explicativa para tanto? Uma entre outras respostas mostra a presença dominante do Estado Novo que, tendo sido gestado desde 1930, em 1937 já assumia a responsabilidade de ‘zelar’ pelo posicionamento do país, colocando-o vulnerável aos programas da esquerda.
Logicamente, num Estado como o Brasil, onde os movimentos pendulares de esquerda/direita oscilaram com freqüência e força, o efeito de situações semelhantes no exterior teria que produzir impactos. Assim mesmo, antes do estabelecimento da ditadura estadonovista, o terrorismo de direita já inibia qualquer iniciativa brasileira que se afigurasse como apoio à esquerda1. Dada a não existência expressiva de imigrantes espanhóis como noticiadores dos atos republicanos, restava à grande imprensa e às instituições comprometidas com ideários afinados com o governo motivar e controlar qualquer divulgação.
O Estado oficial brasileiro era claramente interessado em promover a versão da Guerra como ‘caos’ e ‘resultado da democracia desordenada decorrente das eleições e do regime republicano’. Nada mais oportuno que a exemplificação imediata da Espanha. Neste sentido, aliás, atuaram as máquinas propagandísticas da direita que já estavam funcionando a todo vapor desde o chamado ‘biênio negro’ espanhol (1934-36).
Na mesma linha, todo um serviço ‘saneador’ de propaganda insistia, sobretudo através do DIP (Departamento de Imprensa e Propaganda), na mesma tecla. Isto valia para a política autoritária brasileira como um sinônimo da vontade governante, acima da Constituição e dos direitos civis suspensos em 1930 e, depois, em 1934, e novamente em 1937. Elaborou-se, então, no Brasil uma engenharia noticiosa que reorganizou as informações, instruindo-as com teor ideológico, montada para fomentar a idéia de que as esquerdas, em qualquer lugar do mundo, eram inconseqüentes e desastrosas. Assim, as notícias da Guerra Civil Espanhola tiveram um efeito de eco para mostrar a oposição como incapaz e destruidora da ordem e do progresso.
Depois de afogado o ‘movimento comunista’ do Rio de Janeiro de 1935, o ‘exemplo’ espanhol serviria para o governo brasileiro reforçar suas teses autoritárias, e, neste cenário, poderia atuar como juiz, evitando que ocorressem no Brasil os ‘desastres da Guerra Espanhola’.
Estava proibido o apoio aos republicanos. Além do governo, a grande imprensa também se situava e, logicamente, ainda que nem sempre respondendo como porta-voz único do Estado, em essência concordava com os posicionamentos da direita, mas, nos detalhes, divergia, fazendo ainda sérios ataques ao futuro ditador Getúlio Vargas.
Numa época em que os meios de comunicação internacional estavam organizados em cadeias e que o Brasil se colocava como país de certa importância no contexto econômico mundial, havia um envolvimento global interessado em mantê-lo como parte de um todo mais amplo, até em nível do noticiário. Grandes jornais, como O Estado de São Paulo, então o mais importante do país, mantinham compromisso coerente com a posição do governo no tocante ao apoio às direitas mas dentro de um projeto próprio, variante do governo. Este fato, aliás, colocou O Estado sob censura de 1939 a 1942.
Em face do posicionamento tão claro do governo central, e do controle dos órgãos noticiosos, haveria de restar aos brasileiros apenas formas alternativas de participação nos eventos espanhóis.
Na literatura brasileira, há poucos escritos a respeito do assunto e registra-se apenas um livro de memória de autoria de José Gay da Cunha, Um brasileiro na Guerra Espanhola. Escrito sob o ponto de vista do cronista, o livro traduz muito do sentido de um militar brasileiro, defendendo fora do próprio país o que não podia fazer dentro dele.
Se, na superfície aparente, pouco realce eles tiveram, em profundidade nota-se que houve alguma produção que, por meio de sutilezas e riscos, permitiu vazar comentários a respeito das questões em jogo na Espanha. Uma série variada de obras e atitudes de escritores, de uma ou de outra maneira, trouxeram a Espanha ao conhecimento público. Num ambiente de censura, logicamente, estas "notícias" não foram óbvias nem sem camuflagens. Também não surgiram imediatamente nem sem contornos, às vezes de difícil captação.
Com os jornais censurados, com o controle da produção artística exercido pelo Estado que atuava diretamente no resultado dos trabalhos, restava aos intelectuais a imaginação para materializar formas de solidariedade. A poesia foi o gênero mais freqüentado pelos artistas que se manifestaram a favor da Espanha republicana. Logicamente, o espaço da oposição se fazia mais importante, porque significava um duplo protesto: protesto contra a ditadura brasileira e oposição ao fascismo.
Autores e suas Obras
Pablo Picasso
Biografia, obras e estílo artístico
O artista espanhol Pablo Picasso (25/10/1881-8/4/1973) destacou-se em diversas áreas das artes plásticas: pintura, escultura, artes gráficas e cerâmica. Picasso é considerado um dos mais importantes artistas plásticos do século XX.
Nasceu na cidade espanhola de Málaga. Fez seus estudos na cidade de Barcelona, porém trabalhou, principalmente na França. Seu talento para o desenho e artes plásticas foi observado desde sua infância.
Suas obras podem ser divididas em várias fases, de acordo com a valorização de certas cores. A fase Azul (1901-1904) foi o período onde predominou os tons de azul. Nesta fase, o artista dá uma atenção toda especial aos elementos marginalizados pela sociedade. Na Fase Rosa (1905-1907), predomina as cores rosa e vermelho, e suas obras ganham uma conotação lírica. Recebe influência do artista Cézanne e desenvolve o estilo artístico conhecido como cubismo. O marco inicial deste período é a obra Les Demoiselles d'Avignon (1907) , cuja característica principal é a decomposição da realidade humana.
Em 1937, no auge da Guerra Civil Espanhola ( 1936-1939), pinta seu mural mais conhecido: Guernica. Esta obra já pertence ao expressionismo e mostra a violência e o massacre sofridos pela população da cidade de Guernica.
Na década de 1940, volta ao passado e pinta diversos quadros retomando as temáticas do início de sua carreira. Neste período, passa a dedicar-se a outras áreas das artes plásticas: escultura, gravação e cerâmica. Já na década de 1960, começa a pintar obras de artes de outros artistas famosos: O Almoço Sobre a Relva de Manet e As Meninas do artista plástico Velázquez, são exemplos deste período.
Na década de 1940, volta ao passado e pinta diversos quadros retomando as temáticas do início de sua carreira. Neste período, passa a dedicar-se a outras áreas das artes plásticas: escultura, gravação e cerâmica. Já na década de 1960, começa a pintar obras de artes de outros artistas famosos: O Almoço Sobre a Relva de Manet e As Meninas do artista plástico Velázquez, são exemplos deste período.
Já com 87 anos, Picasso realiza diversas gravuras, retomando momentos da juventude. Nesta última fase de sua vida, aborda as seguintes temáticas: a alegria do circo, o teatro, as tradicionais touradas e muitas passagens marcadas pelo erotismo. Morreu em 1973 numa região perto de Cannes, na França.
Frases de Picasso
- "Paul Cézenne é o pai de todos nós".
- "Não se pode criar nada sem a solidão".
- "Não se consegue convencer um rato de que um gato pode trazer boa sorte".
- "A inspiração existe, porém temos que encontrá-la trabalhando."
- "A qualidade de um pintor depende da quantidade de passado que traz consigo."
Guernica é um óleo sobre tela de 349 x 777 cm e foi encarregado pelo governo da República Espanhola para o Pavilhão de Euskadi na Exposição Internacional celebrada em Paris em 1937.
A idéia de propaganda dos republicanos era manifestar a oposição deles ao levante nacional e a guerra provocada pelos rebeldes. Mas Picasso só começou a pintar o quadro após o bombardeio, por sugestão de Juan Larrea, poeta espanhol surrealista residente em Paris.
Para realizar esta obra, Picasso recorreu das fotografias publicadas nos jornais da época que mostravam a cidade em chamas. Através delas, fez uma composição utilizando somente o branco, o preto e o cinza.
A composição está distribuída como um tríptico. O painel central é ocupado por um cavalo agonizante. O quadro reproduz em total seis seres humanos e três animais. A base do triângulo central está assinalada pelo corpo caído do guerreiro morto, um corpo desmembrado, esquartejado e que se transforma em símbolo visual da matança.
Picasso nunca deixou de colocar na parte debaixo das suas obras a assinatura e a data em que as terminou, mas em Guernica este detalhe não aparece. Talvez o autor quisesse com sua omissão expor uma dimensão atemporal à obra.
Com esta obra, Picasso mostra um compromisso político e ideológico que reflete não somente a crueldade de um massacre concreto, mas deixa uma súplica contra a injustiça da guerra e a barbárie do fascismo e o nacional-social que invadiria a Europa mais adiante.
Desde 1981 o quadro está instalado no Museu Reina Sofía de Madrid, pois a vontade do autor era de que ele não pisasse solo espanhol até a morte de Franco em 1975.
A idéia de propaganda dos republicanos era manifestar a oposição deles ao levante nacional e a guerra provocada pelos rebeldes. Mas Picasso só começou a pintar o quadro após o bombardeio, por sugestão de Juan Larrea, poeta espanhol surrealista residente em Paris.
Para realizar esta obra, Picasso recorreu das fotografias publicadas nos jornais da época que mostravam a cidade em chamas. Através delas, fez uma composição utilizando somente o branco, o preto e o cinza.
A composição está distribuída como um tríptico. O painel central é ocupado por um cavalo agonizante. O quadro reproduz em total seis seres humanos e três animais. A base do triângulo central está assinalada pelo corpo caído do guerreiro morto, um corpo desmembrado, esquartejado e que se transforma em símbolo visual da matança.
Picasso nunca deixou de colocar na parte debaixo das suas obras a assinatura e a data em que as terminou, mas em Guernica este detalhe não aparece. Talvez o autor quisesse com sua omissão expor uma dimensão atemporal à obra.
Com esta obra, Picasso mostra um compromisso político e ideológico que reflete não somente a crueldade de um massacre concreto, mas deixa uma súplica contra a injustiça da guerra e a barbárie do fascismo e o nacional-social que invadiria a Europa mais adiante.
Desde 1981 o quadro está instalado no Museu Reina Sofía de Madrid, pois a vontade do autor era de que ele não pisasse solo espanhol até a morte de Franco em 1975.
Autores e suas Obras
Carlos Drummond de Andrade
Carlos Drummond de Andrade, amigo e admirador de Bandeira, também escreveu e, de maneira envolvente, pedindo "Notícias de Espanha". Drummond constrói um monólogo no qual pergunta e responde a si mesmo:
Aos navios que regressam marcados de negra viagem, / aos homens que neles voltam com cicatrizes no corpo ou de corpo mutilado, / peço notícias de Espanha /...Ninguém as dá. / O silêncio sobe mil braças e fecha-se entre as substâncias mais duras. / Hirto silêncio de muro, de pano abafando a boca, de pedra esmagando ramos, / e seco e sujo silêncio em que se escuta vazar como no fundo da mina um caldo grosso e vermelho /...cansado de vã pergunta, farto de contemplação, / quisera fazer do poema não uma flor: uma bomba e com essa bomba romper o muro que envolve Espanha.
Aos navios que regressam marcados de negra viagem, / aos homens que neles voltam com cicatrizes no corpo ou de corpo mutilado, / peço notícias de Espanha /...Ninguém as dá. / O silêncio sobe mil braças e fecha-se entre as substâncias mais duras. / Hirto silêncio de muro, de pano abafando a boca, de pedra esmagando ramos, / e seco e sujo silêncio em que se escuta vazar como no fundo da mina um caldo grosso e vermelho /...cansado de vã pergunta, farto de contemplação, / quisera fazer do poema não uma flor: uma bomba e com essa bomba romper o muro que envolve Espanha.
Biografia, obras e estilo literário
Este consagrado poeta brasileiro nasceu em Itabira, Minas Gerais no ano de 1902. Tornou-se, pelo conjunto de sua obra, um dos principais representantes da literatura brasileira do século XX.
Concretizou seus estudos em Belo Horizonte, e, neste mesmo local, deu início a sua carreira de redator, na imprensa.
Seus poemas abordam assuntos do dia a dia, e contam com uma boa dose de pessimismo e ironia diante da vida. Em suas obras, há ainda uma permanente ligação com o meio e obras politizadas. Além das poesias, escreveu diversas crônicas e contos.
Os principais temas retratados nas poesias de Drummond são: conflito social, a família e os amigos, a existência humana, a visão sarcástica do mundo e das pessoas e as lembranças da terra natal.
Dentre suas obras poéticas mais importantes destacam-se: Brejo das Almas, Sentimento do Mundo, José, Lição de Coisas, Viola de Bolso, Claro Enigma, Fazendeiro do Ar, A Vida Passada a Limpo e Novos Poemas,
Talentoso também na prosa, tem suas prosas reunidas nos seguintes volumes: Confissões de Minas, Contos de Aprendiz, Passeios na Ilha e Fala Amendoeira.
Em 1980 lançou as seguintes obras: A Paixão Medida, que contém 28 poemas inéditos e A Falta que Ela me faz (crônicas e histórias).
Faleceu em 17 de agosto de 1987, no Rio de Janeiro, doze dias após a morte de sua filha única.
Alguma Poesia -1930
Brejo das Almas -1934
Sentimento do Mundo -1940
José -1942
A Rosa do Povo -1945
Claro Enigma -1951
Fazendeiro do ar -1954
Viola de Bolso -1955
Lição de Coisas -1964
Boitempo -1968
A falta que ama -1968
Nudez -1968
As Impurezas do Branco -1973
Menino Antigo -Boitempo II -1973
A Visita -1977
Discurso de Primavera -1977
Algumas Sombras -1977
O marginal clorindo gato -1978
Esquecer para Lembrar -Boitempo III -1979
A Paixão Medida -1980
Caso do Vestido -1983
Corpo -1984
Amar se aprende amando -1985
Autores e suas Obras
Federico García Lorca
Talvez ainda mais penetrante seja o verso A Federico García Lorca, também do início da Guerra. Diz o autor: "Sobre teu corpo, que há dez anos se vem transfundindo em cravos de rubra cor espanhola, aqui estou para depositar vergonha e lágrimas" e termina prenunciando"Esse claro dia espanhol, composto na treva de hoje, sobre o teu túmulo há de abrir-se..."Drummond manteve uma devoção continuada à Espanha e, mesmo mais tarde, um dos mais importantes núcleos de sua produção é dedicado a Don Quixote, em versos que faz na década de 1950, ilustrados por Portinari.
O poeta Federico Garcia Lorca nasceu na região de Granada, na Espanha, e levou para sua poesia muito da paisagem e dos costumes de sua terra natal.
Estudou direito e letras na Universidade de Granada. Seu primeiro livro foi publicado em 1918, com o título "Impressões e Paisagens". No ano seguinte, Garcia Lorca mudou-se para Madri, onde viveu até 1928. Em Madri tornou-se amigo de vários artistas, como Luis Buňuel, Salvador Dali e Pedro Salinas. Em 1920 estreou no teatro, com a peça "O Malefício da Mariposa", e em 1921 publicou "Livro de Poemas".
Garcia Lorca viveu dois anos em Nova York. De volta à Espanha, em 1931, criou a companhia teatral "La Barraca", que passou a se apresentar por todo país encenando autores clássicos espanhóis, como Lope de Vega e Cervantes. Tornou-se também um grande dramaturgo, e criou peças que ficaram conhecidas no mundo inteiro. Entre suas obras mais encenadas estão "Bodas de Sangue", "Yerma" e "A Casa de Bernarda Alba".
Como poeta, Lorca publicou mais de uma dezena de livros, entre eles "Romance Cigano", "Poeta em Nova York", "Seis Poemas Galegos" e "Cantares Populares". A poesia de Garcia Lorca é simples e direta, e seu estilo doce e comovente tem encantado gerações de leitores. Sua poesia tocante também registrou o modo de viver das pessoas mais simples e buscou resistir contra todo tipo de opressão.
Em 1936, ano da eclosão da Guerra Civil Espanhola, Federico Garcia Lorca foi preso. Fuzilado por militantes franquistas, tornou-se símbolo da vítima dos regimes totalitários.
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